País ocupa o terceiro lugar entre os países do Brics no IP Index 2021, elaborado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos.
Um ranking elaborado pelo Centro de Política de Inovação Global (GIPC) da Câmara de Comércio dos Estados Unidos mostrou que o Brasil avançou nas áreas de inovação e propriedade intelectual em relação a 2020. O país aparece na 34ª posição entre os 53 países avaliados.
O IP Index 2021 avalia critérios como políticas de patentes e direitos autorais, comercialização de ativos de propriedade intelectual e ratificação de acordos internacionais. Os avanços na área são considerados um pilar para o estímulo à inovação e para combate à pandemia. Um dos exemplos é o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, que envolve a colaboração entre empresas do setor farmacêutico e autoridades públicas.
A nona edição do ranking traz os Estados Unidos em primeiro lugar, seguidos de Reino Unido e Alemanha. Com uma pontuação de 42,32%, o Brasil ocupa a terceira posição entre os integrantes do Brics, atrás de China (24º) e Rússia (30º) e à frente da Índia (40º) e da África do Sul (44º). Neste ano, 32 dos 53 países apresentaram melhorias em relação ao ano passado. O ranking destaca, porém, que a China foi o único país do Brics a alcançar pontuação acima de 50%.
De acordo com Robert Grant, diretor sênior de relações internacionais do Centro de Política de Inovação Global (GIPC) da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, contar com uma estrutura de Propriedade Intelectual unificada pode impulsionar um maior crescimento socioeconômico no Brasil e, como consequência, na região. Também permite fortalecer os laços comerciais com países da OCDE, como os Estados Unidos.
“O IP Index 2021 reflete o momento positivo do Brasil no estímulo à inovação e criatividade estimuladas pela PI, com uma pontuação que vem melhorando continuamente em 4% ao longo das últimas edições, o que já garantiu inclusive o terceiro lugar no Brics, à frente da Índia e da África do Sul”, afirma Grant.
Segundo ele, as perspectivas são ainda mais positivas. “Claro que ainda existem desafios para os detentores de patentes, como o backlog de solicitações, mas a Câmara de Comércio dos EUA avalia de forma muito positiva a decisão do governo brasileiro de acelerar esse processo de aprovação, alocando mais recursos e pessoal.”
Segundo Cláudio Vilar Furtado, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelecual (INPI), a colaboração entre diferentes agentes, como hubs de inovação, universidades e associações industriais, foi um fator relevante para os avanços do último ano no Brasil, em especial no que diz respeito ao combate à pandemia.
Ele citou o lançamento do programa do programa INPI for Business Program, criado para promover o uso de propriedade industrial pelo sistema de inovação brasileiro. Seu objetivo central é estimular que patentes sejam transformadas em produtos. “Nosso primeiro sucesso foi com os respiradores. Em duas semanas, recebemos quatro novos pedidos de depósito de patentes”, diz Furtado.
Autor (a): Dra. Eduarda Ferrari